terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O verão em que meu coração chorou mais forte

Cheguei de mais um viajem de início do ano para a praia com minha família. Essa viajem trouxe outros sentidos para mim agora, e eu não sei se isso é bom ou ruim. Venho contar um relato que aconteceu comigo, algo que eu trouxe dentro de mim.
 Estava sentada na beira do mar observando aquela imensidão e as familias em minha volta. Umas pessoas lendo, outras bebendo, crianças brincando na areia, pessoas curtindo um verão... Quando olho para trás vejo uma familia diferente de todas outras que estavam alí; Uma mãe e duas crianças de no máximo 8 anos fuçando o lixo para encontrar alí a sobrevivencia delas. Naquele momento em que observei aquilo senti uma apunhalada nas costas, meu coração gritou, e tudo escorreu em lágrima em meus olhos. Eu queria poder ajudar aquela família. Eu queria fazer algo, mas nada eu podia fazer, e aquilo traçou uma ferida em meu coração. Alí estava eu, chorando à beira do mar por pessoas que eu nem conhecia, mas que compadecia de um amor imenso. Penso se alguem me viu naquele momento, e se me viu, eu queria que visse aquela família e pudesse ajudar no que eu não pude ajudar.
 É por essa e outras desigualdades existentes em nossa sociedade que eu quero lutar todos os dias!

"Ninguém me fará calar, gritarei sempre
que se abafe um prazer, apontarei os desanimados,
negociarei em voz baixa com os conspiradores,
tranmitirei recados que não se ousa dar nem receber,
serei, no circo, o palhaço
serei médico, faca de pão, remédio, toalha, serei bonde, barco, loja de calçados, igreja, enxovia, serei as coisas mais ordinárias e humanas, e também as excepcionais."
                (Carlos Drummond de Andrade)

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